20140209

Pseudo Review: "Robocop" (2014)


Como é de conhecimento publico, o remake do filme "RoboCop - O Policial do Futuro" de 1987 estreou no "velho mundo" no dia 07 de fevereiro em 2014. Aproveitando isso demos uma conferida para reportar sobre os detalhes da produção.


"PSEUDO SPOLIER" DO FILME:

A historia começa em 2028, girando em torno da empresa multinacional de tecnologia "OmniCorp" (não mais "OCP", o que deixou este que vos escreve deveras chateado), que consegue chegar ao ápice de suas pesquisas na área da robótica, sendo assim pioneira em vários projetos como por exemplo na produção de próteses perfeitas para seres humanos. A empresa tem também como principal fonte de renda, a venda de vários equipamentos para os militares, como os robôs chamados "drones" que atuam em "missões de paz" fora do pais. Durante a trama, seus negócios correm riscos financeiros graves quando a proposta da "Lei Dreyfuss", um ato publicamente apoiado por parlamentares de prevenção contra drones autorizados a utilizar armas de fogo, entra em processo de votação no senado dos EUA. Como solução ao iminente problema empresarial, o CEO da OmniCorp, Raymond Sellars (Michael Keaton ) convoca sua equipe de marketing para trabalhar em conjunto com o Dr. Dennett Norton (Gary Oldman) para criarem um novo produto tecnológico visando a fusão do homem com a máquina, e assim conseguir uma brecha na suposta lei. Durante o processo de seleção das possíveis ideias de como o projeto poderia ser implementado na sociedade, Sellars tem a ideia de utilizar o programa de próteses em policias fora de atividade por terem seus membros mutilados em serviço, sem muito sucesso a principio, já que a maioria dos candidatos não estão em condições adequadas para qualquer tipo de conversão.



Quando o detetive Alex Murphy (Joel Kinnaman) é gravemente ferido durante uma tentativa de atentado, Norton usa todos os seus recursos para trazer Murphy ao programa denominado "RoboCop". Isto logo apos obter o consentimento da esposa de Murphy, Clara ( Abbie Cornish ), prometendo a ela a salvação de seu marido. Apos o processo de conversão quase que completa do policial para um corpo cibernético equipado com os maiores recursos tecnológicos que a empresa tem a oferecer, como por exemplo ter uma força sobre-humana junto com um absurdo software que processa todas informações digitais possíveis simultaneamente e que são filtradas pelo cérebro, Alex rejeita sua condição atual. Em pouco tempo ele é convencido por Norton a cumprir o seu dever para com a sociedade como uma forma de demonstração de força para a sua esposa e filho. Por ordem de Sellars, Norton também mexe com o cérebro de Alex, fazendo-o acreditar que suas decisões táticas são dele mesmo, quando na verdade são executadas por diretrizes da empresa, já que ele hesitava em momentos críticos durante o treinamento de combate.
Aos poucos, Murphy luta contra o crime como RoboCop sem se preocupar com mais nada. Isto muda quando ele se depara com os problemas pessoais que ocorrem em sua família, causados pelo sensacionalismo da sua imagem criada pela equipe de marketing da empresa, junto com a descoberta de detalhes no minimo suspeitos sobre o atendado a sua vida que estranhamente passam desapercebidos durante a investigação policial. Assim ele entra em uma caçada obstinada para descobrir toda a verdade.



FALEMOS DOS ATORES / PERSONAGENS:

Joel Kinnaman (Alex Murphy/RobocCop) - A atuação do cara foi no minimo satisfatória, ja que ele desempenhou com seriedade o papel tanto de "detetive" quanto do "policial do futuro", isso sem tentar caricaturar demais o personagem. Principalmente nas partes em que ele se movimenta roboticamente, que apesar de não parecer, era uma das preocupações dos fãs mais saudosistas do filme original.

Gary Oldman (Dr. Dennett Norton) - Esta atuação foi muito boa já que o personagem não se limitou somente em ser um cientista-chefe da Fundação Omni que cria o RoboCop, mas tambem o médico pessoal de Alex Murphy, tomando pra si toda a responsabilidade de tratar adequadamente seu paciente quando outros o tratavam somente como um maquina.


Michael Keaton (Raymond Sellars) - Esbanjando excentricidade como o "vilão da OmniCorp", o eterno "Batman" quase faz você querer que ele reapareça em possíveis continuações, já que as sua cenas foram muito bem trabalhadas.


Samuel L. Jackson (Patrick " Pat " Novak) - Este é o apresentador do telejornal policial "The Novak Element", proeminente defensor / colaborador do controle ao crime de forma "mechanizada" pelo governo.


Abbie Cornish (Clara Murphy) - Esta personagem é genialmente elaborada para fazer a personificação da "esposa de policial", ja que ela é implacável quando o assunto é apoiar seu marido, não importa o que aconteça. Sem falar no fato da atriz ser linda.


Jackie Earle Haley (Rick Mattox) - Interpretado pelo imortalizado Rorschach de Watchmen (2009), o personagem é um estrategista militar que atua em campo e é responsável pela formação tática do RoboCop e dos Drones em combate.


Michael K. Williams (Jack Lewis) - ex-parceiro de Alex, "não fede nem cheira" na estoria por não chegar aos pés da personagem Anne Lewis (Nancy Allen) do filme de 1987.


Jay Baruchel (Tom Papa), O ator de "Aprendiz de Feiticeiro" representa o diretor de marketing da OmniCorp, e é responsavel por ser um dos apelos cômicos de algumas cenas. Provavelmente por ser um dos atores mais jovens da trama.


Aimee Garcia (Jae Kim) - Cientista Assistente do Dr. Dennett Norton, esta arrisca muito mais que seu salario por acreditar na pessoa por tras do RoboCop, assim como seu patrão. Logo faz uma boa participação no filme.


João Paulo Ruttan (David Murphy) - Filho de Alex e Clara, somente presta na trama pra mostrar como RoboCop é um homem de lata com coração. Ainda mais quando ele percebe o quanto traumatizou o moleque com esta estoria de policia do futuro repercutida na mídia.


Marianne Jean Baptiste (Karen Dean) - A chefe de Polícia de Detroit, faz você sentir falta do chefe caótica DP do filme original, interpretado por Robert DoQui.


Zach Grenier (Sen. Dreyfuss) - Criador da lei de desarmamento dos drones, tem destaque na trama por sempre usar uma gravata borboleta, não importando a ocasião.




PONTOS INTERESSANTES DO FILME:




O design do personagem no filme original é sugerido na trama como um modo de combate urbano.




Sem querer querendo, não temos certeza se vemos o padrão de assinatura de José Padilha criando um  diferencial no remake ou se é apenas coincidência.




O ator Wagner Moura foi convidado a participar do filme como parceiro do Murphy pelo José Padilha, mas teve que recusar pois estava envolvido no projeto do filme "Serra Pelada".




Qualquer semelhança analógica do personagem Patrick Novak com o apresentador de tv Wagner Montes, pode não ser coincidência ja que o diretor ja fez uma associação parecida anteriormente no filme "Tropa de Elite 2 - Agora O Inimigo é Outro" (2010).




O diretor brasileiro Fernando Meirelles revelou que José Padilha o procurou durante a produção para desabafar que estava tendo "a pior experiência da sua vida" pois "para cada dez ideias que ele dava, nove eram cortadas". Padilha, de acordo com Meirelles, dizia : "É o inferno aqui. O filme vai ser bom, mas eu nunca sofri tanto e eu não sei se quero fazê-lo novamente". Padilha falou com entusiasmo sobre o projeto em 2013 na San Diego Comic-Con International e em sua introdução ao segundo trailer. Ele foi anunciado como o diretor do filme em 2 de março de 2011, no lugar de Darren Aronofsky, principalmente por causa do seu sucesso com os títulos "Tropa de Elite".



O elmo é muito estranho comparado ao original e o fato dele ter uma mão humana não causa nenhum tipo de efeito na imagem do personagem durante a trama.
A ideia das "próteses robóticas" e dos "automanos" do filme vieram de experimentos recentes. Cada vez mais a robotica vem sido usada para esses fins. Confira mais sobre esse tipo de projeto em outro link do blog, onde mostramos a atuação da poderosa Google nessas pesquisas:



CONCLUINDO:

O filme acaba surpreendendo muito pelo fato de não tentar entrar em choque com o filme original. O projeto tem uma atmosfera séria, com o enredo bem dinâmico mas não fútil, fazendo demonstrações tecnológicas bastante interessantes dentro e fora da trama, e com ótimas atuações. Talvez o que possa não agradar de verdade a alguns interessados mais exigentes pelo titulo seja o fato da estoria do remake se passar em 2028 e ainda estar muito presa aos temas do seu ano de lançamento, enquanto o de 1987 retrata um futuro socialmente caótico e violento por parte do cidadão comum. Na trama fica sub-entendido que este é um reflexo conseguente de como ocorre a interação do cidadão comum e todo tipo de tecnologia acessível ao seu redor, junto ao modo de propagação das informações noticiadas nos principais meios de comunicação no dia a dia para o publico geral. Na verdade, esta é uma visão de um futuro caótico muito mais plausível comparando com a realidade vivida nos anos apos a massificação de todos os tipos de informações na internet. Esta visão consegue alcançar de forma simples o que muitos outros projetos similares não conseguiram por tentarem passar uma imagem mais "profética" do futuro. De qualquer forma, este é um filme valido por ter sacadas originais, tanto nas passagens da historia, quanto na produção ou mesmo nas cenas de ação, mesmo não superando o original por prováveis restrições internas. Podemos ver que bem ou mal, o Padilha conseguiu "usar o sistema contra ele mesmo", por assim dizer, e fazer um bom trabalho. O que pra muitos fãs do titulo era praticamente uma missão impossível.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário